domingo, 20 de março de 2011

SIMULADOS - P2 - 1º BIMESTRE

1º ano – Português

1. A palavra tráfico não dever ser confundida com tráfego, seu parônimo. Em que item a seguir o par de vocábulos é exemplo de homonímia e não de paronímia?
a) estrato / extrato
b) eminente / iminente
c) inflação / infração
d) cavaleiro / cavalheiro

2. Assinale a série em que apenas um dos vocábulos não possui dígrafo:
a) folha - ficha - lenha - fecho
b) lento - bomba - trinco - algum
c) águia - queijo - quatro - quero
d) descer - cresço - exceto - exsudar

3. Todas as palavras abaixo possuem um encontro vocálico e um encontro consonantal, exceto:
a) destruir.
b) magnésio.
c) adstringente.
d) pneu.

4. Qual das alternativas abaixo possui palavras com mais letras do que fonemas?
a) Caderno
b) Chapéu
c) Flores
d) Livro
e) Disco

GABARITO: 1A - 2C – 3C – 4B


1º ano – Interpretação de Textos

1. Sobre a música “Construção” de Chico Buarque é INCORRETO afirmar que
a) possui em sua estrutura palavras proparoxítonas encerrando os versos.
b) apresenta tanto a construção como também a destruição do ser humano através de metáforas e jogos semânticos.
c) é uma ode ao trabalhador operário da construção civil.
d) Existe uma antítese entre a palavra que inicia o primeiro verso e a que inicia o último verso de cada estrofe.

2. Sobre a música “Mulheres de Atenas” de Chico Buarque é CORRETO afirmar que
a) representa o pensamento machista do autor.
b) mostra como as mulheres dominam o mercado de trabalho informal na atualidade.
c) tem como único objetivo criticar os movimentos feministas do Brasil na década de 70.
d) é um grito de alerta sobre a condição submissa da mulher.

3. Na música “Cotidiano” de Chico Buarque estão presentes as seguintes figuras de linguagem, EXCETO
a) anáfora
b) metáfora
c) polissíndeto
d) catacrese

4. NÃO está correto sobre a interpretação e estrutura da música “A Banda” de Chico Buarque o que se afirma em:
a) É recheada de metáforas bem expressivas.
b) Há um elogio e apreciação à situação política do Brasil da época.
c) Mostra que a banda tem o poder de mudar o comportamento das pessoas.
d) Percebe-se a presença, entre outras, da figura de linguagem chamada prosopopéia.

Gabarito: 1-C, 2-D, 3-D, 4-B


2º ano – Português

1. Assinale a opção em que “se” funciona como índice de indeterminação do sujeito:
a) Se Tereza não for à festa, também não irei.
b) A criança machucou-se na bicicleta.
c) Trata-se do primeiro e último fundo no Brasil (Revista Veja)
d) Ele impôs-se uma disciplina rigorosa.

2. Em todas as orações abaixo, a palavra “se” aparece como pronome reflexivo ou recíproco, exceto em:
a) Os namorados beijavam-se calorosamente.
b) Mãe e filha queriam-se muito.
c) Suicidou-se numa noite de verão.
d) Era-se feliz na fazenda.

2. (UFU) Assinale a frase que não está na voz passiva:
a) "Esperavam-se manifestações de grupos radicais japoneses de esquerda e de direita... ."
b) "Foram salvos pelo raciocínio rápido de um agente do serviço secreto... ."
c) "Vocês se dão pouca importância nessa tarefa."
d) "Devem-se estudar estas questões."

4. “Todos a reconheceram e lhe disseram algumas palavras de incentivo.” Os termos grifados podem ser classificados respectivamente como:

a) OI, OD
b) OD, Adj. Adv.
c) Sujeito, OI
d) OD, OI

Gabarito: 1-C, 2-D, 3-C, 4-D


2º ano – Interpretação de Textos

1. (PUC) Segundo a Revista SUPERINTERESSANTE (fevereiro de 2000, p. 92), ao ser questionado sobre qual teria sido a maior invenção desses últimos 2000 anos, “o escritor Douglas Rushkoff votou na borracha de apagar. Ele acha que esse prosaico instrumento nos deu a capacidade de corrigir nossos erros e tentar de novo, sem o que não desenvolveríamos governo, cultura nem ética.”

A forma como a Revista expõe o raciocínio de Douglas Rushkoff só NÃO poderia levar a concluir que:

a) a possibilidade de refletir sobre os próprios atos seria viabilizada pela documentação escrita.
b) o governo das comunidades que não têm escrita – porque não usa borracha – deixa os erros sem correção.
c) a construção da ética é fruto da capacidade de corrigir erros.
d) só há desenvolvimento da cultura quando os erros são corrigidos.


2. (PUC/2006-2) Nas reescritas do conto machadiano, reunidas em Missa do galo: variações sobre o mesmo tema, verificam-se todos os deslocamentos em relação ao original, EXCETO:

a) Criação de personagens inexistentes na versão de Machado.
b) Alterações no ponto de vista sob o qual os fatos são apresentados.
c) Acréscimo de detalhes, fatos e informações.
d) Introdução de referências ao cenário político de 1964, época em que as reescritas foram produzidas.

3. (PUC/2006-2) Em todas as passagens, extraídas dos contos de Missa do galo: variações sobre o mesmo tema, foram utilizadas imagens metafóricas para traduzir uma visão particular da personagem Conceição, EXCETO:

a) “Quincas era o rato, ela evidentemente o gato. Uma gatinha ronroneira, tanto tempo jejuna de vontade e carinho, as unhas e os dentes afiados. Uma gata, ela mesma se dizia.”
b) “Mas debaixo do verniz e das primeiras tintas do retrato havia um resíduo de orgulho. E a si mesma dizia uma santa, uma santa. Uma santa na sua capela, e sorria de dor.”
c) “(...) não podia ver mas intuía um certo movimento de pés brincando com as chinelas ao cruzar e descruzar as pernas, a dona Conceição, imagine! Tão apaziguada (ou insignificante?) (...). E agora ocupando todo o espaço, grande como um navio, a mulher era um navio.”
d) “Agora, todos nós à mesa, confiro os traços de Conceição. (...) Seu rosto filtra igualmente o desgosto e a solidão. Tanto é o seu domínio que no meu velório não derramará lágrimas. Se acaso ama-me, Conceição nunca me confessou. Não lhe permite o pudor qualquer extravio.”

4. (PUC/2006-2) Em Missa do galo: variações sobre o mesmo tema, a versão de Lígia Fagundes Teles do conto machadiano opera com um narrador em primeira pessoa, externo aos acontecimentos, que procura em vão invadir o mundo do conto e atuar sobre ele. É o que se constata no fragmento abaixo:

“Não entendo – o jovem dirá quando lembrar o encontro e a conversa com a senhora que vai aparecer daqui a pouco, não entende? Quero entender por que ele não entende o que me parece transparente mas não estou segura assim dessa transparência, ah, se ao menos acontecesse alguma coisa, meu Deus! Mas não vai acontecer nada, seria esperar por um milagre.”

A partir do fragmento lido, é INCORRETO afirmar:

a) A voz que narra o conto traduz uma visão feminina dos fatos.
b) O que é obscuro para o jovem e supostamente transparente para o narrador é o desejo de Conceição.
c) O “milagre” seria a concretização do envolvimento dos personagens e a conseqüente alteração do conto original.
d) Na primeira frase do trecho, os tempos verbais em “dirá” e “vai aparecer” indicam que o narrador ignora o curso subsequente dos acontecimentos.

Gabarito: 1-B, 2-D, 3-D, 4-D


3º ano – Português

1. (UFPR) A formação do vocábulo sublinhado na expressão “o canto das sereias” é:

a) composição por justaposição
b) derivação regressiva
c) derivação prefixal
d) derivação sufixal
e) palavra primitiva

2. Assinale a opção onde se indica erroneamente o processo de formação:
a) encontrável: derivação sufixal;
b) inesperado: derivação prefixal;
c) emudecer: derivação sufixal;
d) inaudível: derivação prefixal;
e) canto: derivação regressiva.

3. (ITA/2003) Durante a Copa do Mundo deste ano, foi veiculada, em programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia de que um apostador inglês acertou o resultado de uma partida, porque seguiu os prognósticos de seu burro de estimação. Um dos comentaristas fez, então, a seguinte observação: “Já vi muito comentarista burro,mas burro comentarista é a primeira vez.” Percebe-se que a classe gramatical das palavras se altera em função da ordem que elas assumem na expressão. Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre:
a) velho chinês
b) fanático religioso
c) obra grandiosa
d) brasileiro trabalhador

4. (UNIFESP/2009) Leia a charge:
É correto afirmar que

a) o termo batbarraco está empregado em sentido conotativo, já que barraco, nesse contexto, não remete à idéia de habitação, e sim à de briga e confusão.
b) o autor obtém um efeito de humor baseado no emprego de palavras derivadas por prefixação, a partir do substantivo Batman.
c) As palavras batmãe e batboca foram formadas por composição por aglutinação.
d) a frase de Batman manteria o sentido se fosse assim redigida: Foi um só batboca!

Gabarito: 1-B, 2-C, 3-C, 4-A


3º ano – Interpretação de Textos

1. (ENEM/2009)

Ouvir estrelas
“Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo
perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
que, para ouvi-las, muita vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda noite, enquanto
a Via-Láctea, como um pálio aberto,
cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto,
inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?” Que sentido
tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.
BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919.

Ouvir estrelas
Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo
que estás beirando a maluquice extrema.
No entanto o certo é que não perco o ensejo
De ouvi-las nos programas de cinema.

Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo
que mais eu gozo se escabroso é o tema.
Uma boca de estrela dando beijo
é, meu amigo, assunto p’ra um poema.

Direis agora: Mas, enfim, meu caro,
As estrelas que dizem? Que sentido
têm suas frases de sabor tão raro?

Amigo, aprende inglês para entendê-las,
Pois só sabendo inglês se tem ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia.
São Paulo: Brasiliense, 1961.

A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que,

a) no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa.
b) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem.
c) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”.
d) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho “Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema.”
e) no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe de seu poema com a recomendação de compreensão de outras línguas.

2. (FEI) Assinale a alternativa em que a função apelativa da linguagem é a que prevalece:
a) Trago no meu peito um sentimento de solidão sem fim… sem fim…
b) “Não discuto com o destino o que pintar eu assino.”
c) Machado de Assis é um dos maiores escritores brasileiros.
d) Conheça você também a obra desse grande mestre.
e) Semântica é o estudo da significação das palavras.


TEXTO PARA A QUESTÃO 3

“O estoicismo fundado por Zenão de Cipre (336 – 264), teve também Atenas como centro irradiador.
Partiu da oposição matéria-forma feita por Aristóteles. Radicalmente materialista, interpretou a forma como matéria ativa e declarou o seu oposto matéria passiva. Não há entre os seres diferenças de natureza, apenas de grau. Desde a pedra até o homem, passando pelas plantas e os animais, a matéria passiva e a ativa distribuem-se em proporção ínfima nos seres brutos. A razão é, portanto, a centelha divina em nós.
Desde que o universo é governado pela razão e não está entregue ao acaso como pensavam os epicureus, todos os atos, até os mais insignificantes, estão rigorosamente determinados. A liberdade estóica consiste em submeter-se voluntariamente às imperativas leis que agem no todo, já que a resistência determina a execução involuntária dos atos previstos pelo mesmo determinismo imanente. A ética consiste na leitura e na correta observação da ordem universal.
O estoicismo deixou marcas no direito romano. Levou os legisladores a subordinar as leis do estado às leis da natureza, melhorou a situação da mulher e dos escravos, visto que os estóicos criam na igualdade de todos os homens.” (SCHÜLER, Donald, Literatura Grega.)

3. No texto predomina a linguagem com função:
a) emotiva; b) referencial; c) fática;
d) conativa; e) metalinguística.

4. Leia o texto e responda.
Qual a função da linguagem comum às duas historinhas?
a) Metalinguística
b) Conativa
c) Referencial
d) Poética

Gabarito: 1-D, 2-D, 3-B, 4-A




domingo, 13 de março de 2011

www.chicobuarque.com.br

Construção
Chico Buarque/1971

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
1971 © Marola Edições Musicais
Todos os direitos reservados. Copyright Internacional Assegurado. Impresso no Brasil



Mulheres de Atenas
Chico Buarque - Augusto Boal/1976


Para a peça Mulheres de Atenas de Augusto Boal
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas
Cadenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem por seus maridos, poder e força de Atenas
Quando eles embarcam, soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam sedentos
Querem arrancar violentos
Carícias plenas
Obscenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar o carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas
Helenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas
Não têm sonhos, só têm presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas
Morenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos, heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas
Serenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos, orgulho e raça de Atenas
1976 © by Cara Nova Editora Musical Ltda. Av. Rebouças, 1700 CEP 057402-200 - São Paulo - SP, Marola Edições Musicais



Cotidiano
Chico Buarque/1971


Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã

Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café

Todo dia eu só penso em poder parar
Meio dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão

Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão

Toda noite ela diz pra eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor

Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
1971 © Marola Edições Musicais
Todos os direitos reservados. Copyright Internacional Assegurado. Impresso no Brasil


A banda
Chico Buarque/1966

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou

E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
© 1966 by Editora Musical Brasileira Moderna Ltda.
Administrada por Fermata do Brasil
Fone: (011) 229-3411 E-mail: fermata@fermatadobrasil.com.br
Todos os direitos reservados. Copyright Internacional Assegurado. Impresso no Brasil